Dia das Mulheres e das Crianças na Ciência 2022 -Brasil World Mosquito Program Pular para o conteúdo principal
Mulher na Ciência Brasil
A cientista Sofia Pinto (à direita) no laboratório de mosquitos do WMP no Rio de Janeiro. @WMP

Día de las Mujeres y las Niñas en la Ciencia 2022: conheça uma das cientistas do site WMP e algumas das meninas do Brasil que ajudam suas comunidades a combater as doenças transmitidas pelos mosquitos

Sofía Pinto, uma cientista portuguesa, foi transferida para o Brasil há oito anos. Siempre ha sabido, dice juguetonamente, que quería vivir en algún lugar cercano al trópico.

Mas não foi o clima que motivou Sofía a se mudar para o Brasil. Foi seu interesse pelas doenças tropicais desatendidas e o desejo de colocar em prática seus conhecimentos de biologia e genética após anos de estudos em Lisboa, Heidelberg, Londres e Oxford. 

Não é de se estranhar, portanto, que desde há quatro anos Sofía se dedique a cultivar mosquitos. Ou algo do gênero.

O laboratório que dirige no Rio de Janeiro produz cerca de 8 milhões de mosquitos por semana.

"Percorremos um longo caminho. De lo que era un proyecto piloto a una instalación que ahora puede criar suficientes mosquitos para distribuciones a gran escala", dice Sofía.

Mulher na Ciência Brasil
Sofia Pinto na área do laboratório. @WMP

Refere-se aos mosquitos portadores de Wolbachia cultivados em laboratório que o World Mosquito Program (WMP) ha estado liberando no Brasil desde 2014 para proteger a las personas de las enfermedades transmitidas por los mosquitos.

"No começo foi contraintuitivo. Durante décadas, o povo do Brasil tem dito: mate os mosquitos. Esta é a melhor maneira de combater a dengue e outras doenças desse tipo", explica Sofía, em um tom sonoro.

"Em contrapartida, estamos dizendo: vamos liberar mosquitos, mas os mosquitos portadores de Wolbachia son sus aliados. Y la gente entendió que estos mosquitos eran los buenos, que pueden detener la transmisión de virus y que pueden detener el dengue", añade.

Recentes ensaios de campo concluíram que as pessoas tinham razão para acreditar no método Wolbachia. Os ensaios mostraram uma redução de 40% na incidência da dengue no Rio de Janeiro e de 65% em Niterói, onde foram liberados mosquitos portadores de Wolbachia. Em Niterói, a incidência de chikungunya também se reduziu em 56% e a de Zika em 37%.

WMP Equipe brasileira libera Wolbachia- mosquitos transmissores em Niterói
Pessoal do WMP Brasil liberando mosquitos portadores de Wolbachia em Niterói. @WMP

Estudos de campo recentes concluíram que as pessoas tinham razão para acreditar no método Wolbachia. Os ensaios mostraram uma redução de 40% na incidência da dengue no Rio de Janeiro e de 65% em Niterói, onde foram liberados mosquitos portadores de Wolbachia. Em Niterói, a incidência de chikungunya também se reduziu em 56% e a de Zika em 37%.

O método Wolbachia consiste em introduzir nas populações de mosquitos uma bactéria - chamada Wolbachia- que impede a transmissão dos vírus da dengue, chikungunya, Zika e febre amarela. Esse método, do qual são pioneiros os cientistas australianos da Universidade de Monash, está sendo implementado pelo site WMP em 11 países.

Como coordenadora de entomologia do WMP no Brasil, Sofía tem desempenhado um papel importante na hora de levar a solução de Wolbachia para as comunidades do Brasil. Até o momento, mais de 2 milhões de pessoas no Brasil foram protegidas contra as doenças transmitidas por mosquitos.

"O que me agrada na ciência é que você sente curiosidade. Você vê um problema de todos os ângulos possíveis e pensa em uma série de soluções. Você é obrigado a pensar de forma inovadora", diz Sofía.

Os alunos do ensino fundamental e médio de vários lugares nos quais o WMP trabalha estão de acordo.

As moças estão colocando a bata de ciências para a Wolbachia

Da mesma forma que Sofía, muitas crianças e adolescentes ficaram fascinados com a ciência que existe por trás do método Wolbachia e estavam ansiosos para saber mais.

Os alunos aprenderam sobre a Wolbachia em suas aulas de ciências. Cuidaram das larvas de mosquito e elas estavam crescendo. Quando chegou o momento, alguns deles resolveram falar com os mosquitos portadores de Wolbachia em seus bairros e falaram sobre os benefícios de Wolbachia a suas famílias e membros da comunidade. Seu apoio tem sido vital para aumentar a ajuda da comunidade e estender a Wolbachia a las comunidades que soportan la carga de las enfermedades transmitidas por los mosquitos.

"As aulas me pareceram muito interessantes porque os mosquitos com Wolbachia não transmitem doenças para as pessoas e isso também ajudará muito os médicos."
Aryane da Silva
Estudante da Escola Secundária Adelino Magalhães em Niterói
Aryane de Silva
"Agora que os mosquitos têm a bactéria [Wolbachia], eles podem ajudar as pessoas."
Lyvia Symoni Peixoto da Costa
Estudante da Escola Secundária Adelino Magalhães em Niterói
Lyvia Symoni Peixoto da Costa
"Desfrutei vendo o crescimento dos mosquitos. Não deixemos de anotar no caderno todo o relacionado com os mosquitos."
Yasmin Pereira
Estudante da Escola Nerval de Gouveia no Rio de Janeiro (izquierda)
Yasmin Pereira
Menina da escola primária
Nunca se é muito jovem para aprender sobre a dengue e a solução de Wolbachia. Uma menina da escola primária durante uma aula sobre Wolbachia em Petrolina. @WMP

O método Wolbachia de WMP foi implementado no Brasil por meio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), sob a direção do Ministério da Saúde.

No Brasil, a dengue reapareceu em 1981, após uma ausência de mais de 20 anos. Nos 30 anos seguintes, foram registrados sete milhões de casos. Em 2021, com cerca de um milhão de casos de dengue notificados, o Brasil teria a maior parte - 83% - de todos os casos de dengue notificados nas Américas, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPS). O zika, que pode causar incapacidades de vida em crianças, e a chikungunya também causaram estragos na vida dos brasileiros.

Saiba mais sobre o trabalho de WMP no Brasil aqui.

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